quarta-feira, 18 de abril de 2007

Vc me olhando...
Enquanto eu descia aquela rampa..
Lentamente fui engolindo meu choro.. levantei minha cabeça... e voltei a minha sistemática vida fria..
O vazio é o absoluto... mas a certeza de que viverei tudo de novo...
voltará.. e ressurgirá...

A. Oliveira

2 comentários:

Anônimo disse...

Desejos vãos


Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!


Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão é até da morte!


Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!


E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisá-as toda a gente!...
Florbela Espanca - Fanatismo


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não es sequer razão do meu viver,
Pois que tu es já toda a minha vida!


Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!


E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu es como Deus: Princípio e Fim!..."

Isaac disse...

Suas palavras me fizeram lembrar Nietzsche: o eterno retorno. Aquilo que um dia fora vivido, rostos, desejos e dissabores, retornam à enigmática roda da vida...